Massacre no Realengo nada tem a ver com a fé islâmica

Tragédia no Rio de Janeiro comove toda a sociedade

Por Thiago Marcondes

Na última semana o estado do Rio de Janeiro foi assolado com a violência contra  os estudantes, onde Wellington Menezes de Oliveira invadiu uma escola e atirou à esmo simplesmente com o intuito de matar. 11 meninas e 01 menino foram mortas, mais de 10 crianças estão feridas e famílias inteiras abaladas por conta da situação, além de toda a sociedade é claro.

O assassino, que depois de tanta covardia sacou a própria vida, deixou uma carta com algumas indicações sobre como tratar seu corpo e, aparentemente, com os motivos que o levou a cometer tamanha brutalidade contra estudantes inocentes.

À princípio, o UOL Notícias soltou matéria com informações de que Oliveira seguia a fé islâmica, o que levaria os leitores a pensar que suas atitudes foram fomentadas pela religião. Rapidamente outra notícia foi veiculada sob o título "Porta-voz dos muçulmanos no Brasil repudia associação do atirador do Realengo à religião" com a opinião do porta-voz dos muçulmanos no Brasil para desmentir que o islã prega a morte de pessoas inocentes.

O grande veículo estadunidense "The New York Times" fez o mesmo, pois não perderia a oportunidade de alfinetar o mundo árabe e sua religião. Com 02 guerras (Afeganistão e Iraque) em andamento e sem sucesso, o que sobra para eles é tentar desqualificar a cultura e fé diferente da seguida por eles.

A mídia, no intuito de vender mais jornais, ganhar mais dinheiro com publicidade e propaganda segue o estereótipo criado pelo Norte e não revela a verdade, ou pelo menos o que realmente prega os islã de acordo com seus líderes.

A comunidade islâmica em São Paulo
 
   Mesquita Brasil - Thiago Marcondes
 
Sempre fui muito interessado por temas como guerras, África, Oriente Médio e islamsimo (até parece pleonasmo!!!) e, por conta disso, li e ainda leio bastante sobre os tema. Meu trabalho de conclusão de curso na faculdade (Como a mídia impressa paulistana tem uma visão estereotipada do continente africano e sua população) envolveu um pouco de cada ao falar sobre o Sudão, país africano com uma população majoritariamente muçulmana e que está em guerra.

Meu primeiro contato direto com o islamismo e seus seguidores se deu por conta de um trabalho na faculdade onde o grupo, composto por Alexandre Ferreira, Andréia Lamego, Carina Rodrigues, Marcos Guedes, Renan  Ximenes e eu, deveríamos criar produtos jornalísticos como um programa de rádio, um sítio, uma revista e um programa de entrevistas sobre o Oriente Médio.

Ao tentar (e acredito que conseguimos) não falar muito sobre os conflitos para não ficar na mesma pauta que os jornais, o grupo optou por abordar o lado mais cultural e religioso para desmistificar um pouco o esteriótipo de que os muçulmanos matam por conta de sua fé.

Visitei a Mesquita do Brás e a Mesquita Brasil onde fui muito bem recebido pelas pessoas e consegui compreemper um pouco mais sobre a religião e os costumes. Fotos e entrevistas foram feitas, inclusive às sextas-feiras (dias sagrado para o islã), com intuito de tentar acabar um pouco com o estereótipo criado pela mídia em relação aos muçulmanos.

Cabe à mídia tentar realizar um trabalho mais qualitativo em cima do tema, pois ao vincular a religião com pessoas que cometem crimes bárbaros, como no caso do Rio de Janeiro, pode criar mais preconceitos na sociedade brasileira. Ou alguém se lembra da opção religiosa dos Nardoni ou Richthofen?

Thiago Marcondes é Jornalista

Comentários

Anônimo disse…
Pois é meu amigo. Às vezes fico pensndo se a mídia não gostaria de que ao invés de 12 não fossem 50 as crianças mortas.

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