PSD: sem votos, mas poderoso

Sem ideologia política, novo partido começa sem saber quem apoiar e com bancada própria no congresso

Por Thiago Marcondes

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou a criação do PSD (Partido Social Democrático), fundado por Gilberto Kassab, atual prefeito da cidade de São Paulo, por 06 votos à favor e somente 01 contra.

Kassab, como está estampado na mídia, largou o DEM (Democratas) para seguir seu rumo politicamente e, consequentemente, deixou para trás seus padrinhos políticos do PSDB. Serra é um deles e não parece nada contente com o atual cenário.

O PSB não tem uma ideologia política definida e pode ser considerado um partido do "centrão", assim como o PMDB. Ou seja, sempre apóia quem está na situação (entende-se por poder) e nunca quer estar fora das tomadas de decisões.

O novo partido não faz ameaça clara à "prostituta" do congresso, conhecida como PMDB, mas já causa muitos transtornos para a oposição em Brasília. Kassab sinalizou que pode realizar alianças com o governo petista e os tucanos se incomodaram com isso. Afinal de contas, a bancada governista será maior ainda e os projetos poderão ser aprovados como em um passe de mágica.

Políticos de direita, esquerda, centro e o diabo à quatro se filiarão no PSD para conseguirem morder uma fatia dos cargos nas eleições de 2012 e o partido, ao que se parece, já nasceu forte. A ruralista Katia Abreu está nesse barco, pois ela era "tucana" e em um futuro próximo poderá estar ao lado do PT. Irônia ou destino? Eu classifico como safadeza mesmo.

O cenário político brasileiro formado no momento pode ser considerado um absurdo, pois o PSD já começa suas ações com pelo menos 49 deputados e 02 senadores (todos políticos migrados de outros partidos) e sequer teve algum voto para conseguir os assentos. Possivelmente, no próximo ano, se a aliança com o PT for efetivada pode ser que sobre uma vaga em algum ministério. O resultado disso tudo é perpetuar-se no poder sem se importar como isso acontecerá.

Thiago Marcondes é Jornalista

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