ENEM pode ser eficaz, mas quem o promove ainda gera muitas dúvidas

A desorganização com o sigilo das questões e a não punição dos envolvidos pode gerar descontentamento na sociedade

Por Thiago Marcondes

O ENEM de 2011 foi cercado de expectativas pelos alunos e atualmente foi parar na justiça por conta do vazamento de 13 questões em um simulado do colégio Christus, da capital cearense, onde cerca de 640 alunos tiveram acesso antecipadamente durante um pré-teste realizado pela instituição privada.

A justiça cearense entrou com ação para anular as questões em todas as provas do país, mas o Tribunal Regional Federal da 5ª região de Recife entrou com liminar e cancelou a decisão. Assim, somente os alunos do colégio Christus serão afetados com a medida e suas notas finais serão revisadas de acordo com a proporcão das questões válidas.

Ainda não se sabe como o colégio privado, de Fortaleza, obteve as questões do ENEM e de acordo com a coordenação da escola dentro do material analisado para formular o pré-teste não checaram a origem do conteúdo. O professor Jahilton Motta, coordenador do Christus, negou que tivesse ciência do vazamento, conforme informou o jornal Folha de São Paulo.

A idéia agora é analisar como e quem deixou as questões vazarem, pois isso poderia ter prejudicado milhares de estudantes do Brasil inteiro que se prepraram para a prova durante semanas, ou meses, a agora têm conhecimento, através da mídia, que a segurança em ações governamentais em nível nacional não se fez tão eficiente como deveria.

De acordo com o jornal paulista, a Polícia Federal suspeita de fiscais que realizaram o pré-teste no colégio e 06 foram contratados pela Fundação Cesgranrio poderão ser investigados. Ao menos 05 deles podem ter ligações com o Christus ou em faculdades ligadas a instituição.

Ótimo que investigações sejam realizadas para punir os responsáveis pelo vazamento das questões e que beneficiariam 639 estudantes ceareneses e prejudicariam milhares Brasil à fora. Até o momento o colégio Christus se diz inocente, porém nenhuma autoridade e a mídia levantou a questão de qual seria a punição caso a instituição privada de ensino realmente estiver envolvida.

O colégio seria punido? Perderia o direito de lecionar e o reconhecimento junto aos órgãos compententes? Os responsáveis da escola seriam julgados, condenados e punidos? Caso o vazamento não tivesse sido descoberto o Christus poderia utilizar o resultado de seus alunos na prova como forma de propaganda para atrais mais alunos e, talvez, aumentar o valor da mensalidade por ser uma insituição com credibilidade no ensino em nível nacional.

Acredito que essas questões deveriam ser analisados, pois caso contrário o colégio Christus e todos os responsáveis continuarão a agir sem que se saiba de fato o que ocorreu no caso ENEM 2011.

Thiago Marcondes é Jornalista

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