De Mendoza até Santiago de ônibus

Por Thiago Marcondes

A viagem de Mendoza, na Argentina, para Santiago, no Chile, pode ser feita via avião ou através da estrada para cruzar a Cordilheira dos Andes. Existem grupos de motociclistas que cruzam a fronteira e há quem utilize o próprio carro (ou alugado) à partir do Brasil e outros países da América do Sul.

De avião, se for durante o dia, a vista de cima se torna magnífica, pois as pessoas enxergam os Andes e praticamente todas as suas montanhas com neve. Via estrada a viagem também é maravilhosa porque deve-se cruzar a fronteira e para chegar à capital chilena o trecho da Estrada Caracol é extremamente inusitado. Muitos brasileiros fazem esses trajeto, sejam turistas ou caminhoneiros rumo ao porto de Valparaíso, cidade localizada à beira do Oceano Pacífico.

Quando decidi conhecer o Chile optei, junto com minha esposa, por ficar um tempo em Mendoza. Com isso tive a opção de conhecer a cidade e, também, cruzar a fronteira da Argentina para o Chile de ônibus. Pode parecer algo simples, mas sempre tive curiosidade de passar pela Estrada Caracol e para mim esse seria o tour do dia.

Para quem faz o tour de Alta Montanha as paisagens são as mesmas até praticamente a chegada junto à fronteira com o Chile e alguns turistas optam por dormir. Mas se ficar acordado vai rever toda a maravilha da cordilheira, algo que não cansa os olhos de ninguém.

Estrada Caracol - Chile
Estrada Caracol, no Chile / Foto por Carolina Giurno

O turista não precisa comprar passagem antecipadamente porque todos os dias, na rodoviária de Mendoza, saem muitos ônibus com destino ao Chile. Mas se o viajante deseja ter uma experiência única pode realizar a compra através dos sites da Andesmar ou Cata Internacional e assim conseguir os dois primeiros lugares.

A vantagem de comprar de forma antecipada é ter a vista privilegiada da Cordilheira e da Estrada Caracol por ter as janelas da lateral e da frente à disposição. A desvantagem é que se a fronteira estiver fechada por conta de nevascas a chegada ao Chile e todo o restante da viagem vai atrasar.

A viagem dura cerca de sete horas, mas se tiver muitos caminhões e for durante um período que a fronteira tenha sido fechada com certeza vai demorar mais tempo. A parada na aduana requer paciência, pois os passageiros precisam fazer a saída da Argentina e a entrada no Chile. Em seguida são encaminhados para um salão onde os funcionários chilenos retiram todas as bagagens do ônibus e passam por um equipamento de raios-x. As malas de mão vão pelo mesmo equipamento enquanto cada pessoa é revistada.

Todo esse processo pode durar cerca de uma hora e trinta minutos e se o passageiro tiver fome ou sede tem como comprar comida ou bebida no comércio existente na aduana. Há uma casa de câmbio para a troca de dinheiro, mas a cotação é mais baixa que na cidade e não vale à pena trocar muita moeda.

Depois de realizado todo o trâmite burocrático basta ficar de olhos bem abertos e aproveitar os dez minutos de descida da estrada. Por alguns momentos senti um pouco de medo porque não há proteção alguma entre na lateral da  estrada, mas o motorista dirige com extremo cuidado e não tem perigo algum.

Estrada Caracol - Chile
Estrada Caracol, no Chile / Foto por Carolina Giurno

Fiz um vídeo com o celular e peço desculpas pela qualidade da imagem. A vidro frontal do ônibus prejudica um pouco, pois há uma película com propagandas dos roteiros realizados pela empresa.


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